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domingo, 20 de janeiro de 2013

As visitas ao bebé recém nascido

Andava a pensar nisto desde a visita ao hospital. A enfermeira chamou-nos à atenção para o ritmo das visitas e, de repente, cai-me no colo este texto. 
Eu, pessoalmente, não gosto de visitar as mamãs antes do primeiro mês de vida do bebé, a não ser que seja mesmo muito muito próxima de mim e ainda assim, tento sempre ser o mínimo invasiva e demorar-me pouco.  Nem pensar em beijocar o bebé com as minhas mãos e boca cheias de germes! A ideia é a mamã saber que estou feliz por ela e que estou cá para o que precisar. Mas isso sou eu e os meus traumas. lol.
E.... com que direito é que controlo as visitas ao meu bebé? Faço um horário? Não posso ser assim tão maquinizada!! De neurótica tenho muito pouco, não será agora. Como é que digo a quem nos quer bem que tenho medo? Passo a ser por isso uma daquelas mães de quem toda a gente fala e critica?

É bom recebermos atenção num altura de mudança tão importante como esta, mas é verdade... e adopto as palavras deste senhor como minhas. Adoro socializar, quem me conhece sabe bem disso. Para mim, os "Meus" são o meu tesouro mais importante, mas são só uns dias...
E no fundo, quero todos cá!! O que eu gosto de ter a casa cheia e receber atenção Mas sei que não podemos abusar da minha resistência e da Catarina.

Outras mães andarão a pensar nisto, por isso, transcrevo aqui este texto do Dr. João Moreira Pinto, Pai e cirurgião, também bloguer. (texto original aqui)


"Como dizer isto com suavidade?

O nascimento do segundo aproxima-se. Os preparativos para o parto incluem a programação da agenda de visitas: umas à maternidade, outras já em casa. Eis algumas considerações. O período neonatal compreende os primeiros 28 dias de vida do recém-nascido. É um período crítico, durante o qual o bebé está muito susceptível a infecções. Infecções essas que levarão sempre a hospitalização. Qualquer recém-nascido com febre exige visita hospitalar, para rastreio séptico e, muito provavelmente, internamento em unidade de cuidados neonatais.

Pensem nisto. O recém-nascido viveu os últimos nove meses debaixo de água. Recebeu sempre os nutrientes já digeridos e prontos a consumir. Pelos seus pulmões e pelo seu intestino, só circulava líquido amniótico. Os sons que ouvia eram filtrados pela barriga da mãe, que também o protegia de todas as agressões mecânicas. Todas estas 'regalias', ele perde de um dia para o outro. Este organismo fechado numa 'redoma' terá agora que lidar com ar (mais frio e mais seco, do que ele alguma vez sentiu), com a alimentação oral (leite que terá de digerir e 'partir' em todos as pequenas substâncias que fazem funcionar o corpo), com vírus e bactérias a gravitar à sua volta (a colonizarem-lhe a pele, o intestino, o nariz e a boca), com barulho, com frio, com calor. Passa de 8 para 80, em minutos, o que debilita o seu corpo frágil. Tem de ser o mais protegido possível.

Agora, o lado materno. A gravidez é um processo desgastante para qualquer mulher. Apesar de algumas não se sentirem fatigadas psicologicamente, socialmente e biologicamente o impacto é enorme. Sempre. As últimas semanas são de uma privação ao sono monstruosa. Privação esta que se manterá seguramente durante os primeiros meses de vida da criança. Depois há toda a adaptação do recém-nascido à mãe e da mãe ao recém-nascido. É uma aprendizagem que (dizem-me) é sempre nova. Não há filho igual ao outro. É o 'pegar' na mama (ou tetina), são as cólicas, as fraldas, as manchinhas, o choro por isto, o choro por aquilo, o choro por coisa nenhuma. Enfim, os primeiros dias de vida são difíceis. Bonitos de recordar, mas difíceis de viver.

Se em cima disto tudo, a Mãe tem que fazer boa cara para cumprimentar a prima, o bebé tem que se aperaltar para receber o tio da mãe da amiga, os dois têm que aturar uma sala cheia de gente a contar lugares comuns. O francisquinho nasceu assim, o outro parecia um leitão, a menina comia assado, outra nem por isso. Para além disso, existem patogéneos (vírus, bactérias, fungos) que transportamos inconscientemente nas mãos, nos cílios do nariz, na própria roupa, que entrarão em contacto com o recém-nascido frágil e com poucas defesas. Se existe alguma coisa boa (e acredito que seja das únicas) pelo facto de as famílias viverem mais isoladas, é o facto de poderem se proteger deste tipo de agressões. 

Não me interpretem mal, porque quem tem um blogue gosta de socializar. Não sou excepção. São só 28 dias, para Mãe e bebé se adaptarem convenientemente a esta nova vida. Para mim, e para a maioria dos pediatras com quem trabalhei, é uma imposição médica: as visitas durante o primeiro mês deverão ser espaçadas no tempo e restritas no número de pessoas. Aos primeiros dias, só a família mais próxima. Os outros terão muito tempo para adorar o menino."










Um comentário:

  1. Para quem precisar de calendários... hihihi

    http://diyhshp.blogspot.pt/2013/01/home-management-binder-weekly-calendar.html

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